É hoje por todos compreendido que a integração política ficou aquém da integração económica ao nível europeu, assim reduzindo os possíveis benefícios desta última. Esta situação, por sua vez, tem reduzido o entusiasmo público pelo projeto europeu e, assim, enfraquecido a possibilidade de aprofundar a integração política. A ascensão de diferentes, mas semelhantes no seu antieuropeísmo, movimentos populistas por toda a Europa é vista como um sintoma destes problemas.
Embora Portugal não tenha assistido a tamanho crescimento dos populismos, o apoio público à integração europeia, usualmente entre os mais fortes da UE, tem diminuído. Os partidos pró-Europa ainda beneficiam de uma maioria constitucional, mas a sua base de apoio nunca foi tão reduzida. A Europa – exceto em matéria orçamental – tem estado ausente do debate público. A tentação dos atores políticos nacionalizarem as boas notícias e culparem “Bruxelas” pelas más notícias tem-se tornado mais apetecível.
Este vetor do projeto procurou contribuir para o debate, tanto a nível nacional como internacional, sobre o euroceticismo, as suas causas e consequências, através da realização de um seminário internacional, A Europa na Encruzilhada: desafios europeus para a política nacional, no Instituto de Ciências Sociais em outubro de 2018. As intervenções de cinco dos oradores serão publicadas enquanto policy briefs.