Em debate, a Europa e o novo Presidente de França, com António Goucha Soares (ISEG) e Manuel Villaverde Cabral (ICS), e moderação de Marina Costa Lobo (ICS/Direção IPP). Entrada livre, inscreva-se já no formulário abaixo.
Hoje os dilemas da, ainda incompleta, União Económica e Monetária têm sido relegados para segundo plano, perante as dificuldades mais urgentes com que a União Europeia se defronta: Brexit, migrações, instabilidade nas fronteiras (Turquia, Ucrânia), crescimento dos populismos/nacionalismos. Mas, no pico da crise do Euro, foi também nas cimeiras “Merkozy”, primeiro, e “Merkollande”, depois, que se decidiu muito do que foi a resposta europeia à crise. Não por acaso, pois a França é o segundo maior e mais importante país no jogo de forças da União Europeia. Sob qualquer medida – economia, populacional, de forças armadas – só a França chega perto da dimensão da Alemanha.
Assim sendo, a tendência crescente do poder da Front National e da sua carismática líder Marine le Pen tem, justificadamente, assustado quantos reconhecem a integração europeia como decisiva para a paz e prosperidade no continente. Não é uma tendência recente – já em 2002 Jean-Marie le Pen disputou uma segunda volta presidencial – mas a sua integração na tendência global de ressurgimento do nacionalismo e protecionismo, no tempo do Brexit e de Trump, torna-a particularmente relevante.
Poderá dizer-se mesmo que uma vitória de Marine le Pen seria o fim da União Europeia. Mas, mesmo que não suceda, as marcas do seu sucesso são inegáveis, e como tal, justifica-se pensar o papel que a França poderá ter – e que será necessariamente liderante – na reconstrução da esperança dos cidadãos europeus num futuro em comum. Esse papel será determinado em grande medida pelas ideias e pela narrativa que o novo Presidente conduzir.