Em debate, as cidades na era do Airbnb e da Ryanair, com Adolfo Mesquita Nunes (ex-S. E. Turismo) e Sandra Marques Pereira (DINÂMIA’CET – ISCTE-IUL), e moderação de Pedro Pita Barros (IPP).
Do lado da procura, algumas dinâmicas globais, europeias em particular, têm potenciado de forma exógena a apetência por destinos como Portugal pelas suas características de segurança face a destinos concorrentes. Mas, sobretudo, nos últimos largos anos, fatores como o crescimento da disponibilidade de voos low-cost, a dinamização do mercado de alojamento local, potenciada por plataformas como a Airbnb, ou o aumento da oferta de cruzeiros, têm tornado mais acessível a viagem e estadia para “city breaks” em Lisboa e no Porto. A oferta tem sabido reagir rápida e eficazmente a esta dinâmica, multiplicando-se os empreendimentos turísticos, reabilitação urbana para alojamento local, “tuk tuks”, serviços vários para turistas, restaurantes, etc. O trabalho de marketing apurou-se e investiu em campanhas mais focadas e criativas, tendo como resultado Lisboa com uma das cidades mais “on trend” na Europa.
Se o impacto económico deste crescimento é inegavelmente positivo, o impacto social é menos trivial. Tudo isto suscita desafios importantes para as políticas públicas locais. Que impacto tem nas condições para a habitabilidade nas cidades? Pode falar-se (e, se sim, evitar-se) de uma certa “perda de identidade” da cidade? É o turismo responsável por uma certa “gentrificação” dos centros das cidades? É possível e desejável procurar “controlar” a afluência turística nas cidades?
Após uma breve exposição inicial dos convidados, abruiu-se o debate, livre, dinâmico e plural.